segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma análise sobre a avaliação no ensino fundamental

Na atualidade falar sobre avaliação é uma tarefa difícil por ser um assunto que gera controvérsias entre alunos, professores, gestores, especialistas e outros elementos, ligados direta ou indiretamente ao processo ensino-aprendizagem, onde as posições geralmente são
radicais de maneira que alguns defendem a avaliação como se ela significasse a resolução de todos os problemas educacionais, enquanto outros a atacam, desconsiderando seu importante papel de informação e orientação para a melhoria do ensino. Difícil ainda devido à extensa gama de variáveis que a avaliação abrange, partindo dos aspectos sócio-econômicos até as que se relacionam aos aspectos metodológicos mais específicos, ligados à definição de critérios, elaboração de instrumentos, formas de análise e interpretação de resultados.
A ênfase à atribuição de notas na avaliação tem provocado alguns desvios significativos, desconsiderando seu aspecto educacional de orientação ao aluno. As notas são comumente usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, onde a maior ênfase é dada à comparação de desempenhos e não aos objetivos instrucionais que se deseja atingir. O aluno é classificado como péssimo regular ou bom, quanto ao seu desempenho, e, muitas vezes fica preso a esse contexto, não conseguindo revelar seu potencial.
A avaliação tem que se adequar à natureza da aprendizagem, levando em consideração não só os resultados das tarefas realizadas, mas também o processo. A avaliação deve servir para auxiliar a tomada de decisões em relação à continuidade do trabalho pedagógico, e não para decidir quem será excluído do processo. O que acontece, porém, é que em vez de serem valorizados em seus aspectos educacionais, o planejamento do ensino e a avaliação da aprendizagem são transformados em atividades burocráticas e formais, sendo a
avaliação contra-indicada como único instrumento para decidir sobre aprovação e reprovação do aluno. A decisão de aprovação e retenção do aluno exige do coletivo da escola uma análise sobre as possibilidades que a escola oferece para garantir um ensino de qualidade.
Deve-se avaliar o que se ensina, realizando-se a avaliação no mesmo processo de ensino-aprendizagem, somente neste contexto é possível falar em avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor, além de avaliar ao finalizar um determinado processo didático.
Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que ela se converte em uma ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a qualidade do ensino. Este é, portanto, o sentido definitivo de um processo de avaliação formativa.
Por influência de Piaget e Vygotsky mudou-se a maneira de encarar o desenvolvimento cognitivo da criança e passou-se a considerar diversos outros fatores que influenciam a aprendizagem da criança, como por exemplo, o meio sócio-cultural em que ela vive. Devido à programação em sala de aula e na instituição escolar, alguns professores ficaram sem saber para onde recorrer, pois tudo o que eles possuíam era um modelo ultrapassado e uma teoria que se transformava em desordem. Logo esses profissionais se viram diante de um desafio: Como avaliar os alunos? Devemos simplesmente abandonar a avaliação tradicional, a prova?
O ensino fundamental do sistema educacional brasileiro apresenta baixos índices de conclusão, com altos índices de evasão e repetição, e acentuadas disparidades educacionais entre várias regiões. Novas estratégias educacionais são exigidas para reverter à situação, mas faltam informações precisas e padronizadas sobre o desempenho do sistema educacional. Não existe, na verdade, uma cultura de avaliação no país nem um
envolvimento efetivo da sociedade no aperfeiçoamento do sistema educacional.
Neste sentido, pretende-se neste trabalho iniciar reflexões sobre o papel da avaliação do desempenho escolar do ensino fundamental como ferramenta de apoio e não como exclusão social, conseqüência da prática pedagógica desvirtuada adotada pelo nosso sistema educacional. Para avaliar é preciso saber em que nível e estágio dos alunos se encontram a fim de respeitar o ritmo e possibilitar os estímulos necessários ao desenvolvimento de cada um.
AVALIAÇÃO COMO ACOMPANHAMENTO DA APRENDIZAGEM
A avaliação é vista como um acompanhamento da aprendizagem é contínuo, e uma espécie de mapeamento que identifica as conquistas e problemas dos alunos em seu desenvolvimento. Sendo assim tem caráter investigativo e processual ao invés de estar a serviço da nota. A avaliação passa a contribuir com a função básica da escola, que é promover o acesso ao conhecimento e, para o professor transforma-se em processo diagnóstico.
Para avaliar é preciso saber em que nível e estágio os alunos se encontram a fim de respeitar o ritmo de cada um e possibilitar os estímulos necessários ao desenvolvimento dos mesmos. A avaliação da aprendizagem escolar é um meio e deve ser praticada como uma
atribuição de qualidade: deve coletar analisar para tomar uma decisão. È essencial que os educadores reencontrem o prazer de compartilhar com seus alunos a alegria de aprender, de tomar decisões em grupos sobre a organização de atividade, de discutir sobre as regras de convívio e de trabalho, e de dividir as responsabilidades para o alcance das metas individuais e coletivas.
A avaliação das aprendizagens continua sendo um assunto polêmico nas escolas públicas e diversas outras instituições educacionais. Um dos principais motivos dessa polêmica é a persistência histórica das formas de avaliação que raras exceções, permanecem muito
semelhantes às praticadas no século passado.
O contexto social e cultural da atualidade é um contexto de recursos informativos com hipertexto e cultura visual, portanto, o contexto escolar cada vez mais exige um maior numero de fontes de informações além do quadro negro e do giz. A internet e outros meios
de comunicação tem-se tornado fontes imprescindíveis de coleta de dados escolares.
Uma pesquisa que antes era feita copiada dos livros hoje é feita pela WEB, incluindo dados da televisão. Como avaliar a aprendizagem que inclui esses outros meios de aceso a informação? Em que medida em que ela se transforma em conhecimento? Além disso, a universalização do acesso à escola trouxe. A diversidade populacional para dentro da mesma.
Como avaliar crianças, jovens, adolescentes que se desenvolveram em diferentes contextos culturais, com diversos tipos de acesso a informação e com níveis variados de desenvolvimento? Múltiplas respostas podem ser oferecidas para solucionar tais questões, que exigem do professor uma especial atenção e capacidade de buscar novos caminhos.
No entanto, e justamente para poder avançar na direção do modelo ideal de avaliação, julga-se necessário tomar certa distancia das práticas avaliatórias escolares, em torno de ter palavras avaliação, movimentação e reflexão para retomar de maneira mais inteligente a
nossa pratica de avaliador no dia-a-dia. Estaríamos, então, diante de importantes, porém não novos desafios.
Se avaliar consiste em pronunciar-se sobre a aceitabilidade de uma situação para dar transferência a decisões de ação (HADJI, 2001), o avaliador, até mesmo para poder escolher as ferramentas adequadas, tem de seguis necessariamente por um caminho que o obriga a oferecer três tipos de esclarecimentos essenciais:
1- Sobre as questões que coloca a si mesmo; 2- Sobre as decisões que podem ser
esclarecidas pela avaliação; 3- Sobre qual deve ser o objeto especifico das averiguações.
Na avaliação, a primeira grande fonte de desafios é ignorar o questionamento que dá sentido ao que deveria dar o trabalho de avaliação. É o caso de perguntar quem se faz perguntas sobre o que no sistema escolar. Em cada caso um deve saber o que está em jogo, tendo plena consciência da problemática em que está inserido. No entanto, seria preciso ter-se clareza de que para os educadores, é prioritária uma problemática de ajustamento pedagógico a serviço do desenvolvimento pessoal dos alunos.
No Brasil, a crise educacional é causada pela falta de aplicação de recursos, mau funcionamento das escolas, despreparo e baixa remuneração dos professores. A problemática da avaliação educacional parece demonstrada a cada análise que se faz da organização e do funcionamento global do sistema escolar. A educação é por natureza o lugar da construção de uma arquitetura de valores, motivações e interesses individuais e coletivos.
Os parâmetros curriculares nacionais (PCN, 1998) para a área de matemática constituem um preferencial para a construção de uma prática que favoreça o acesso ao conhecimento matemático que possibilite de fato a inserção dos alunos como cidadãos no mundo do trabalho das relações sociais e da cultura.
Repensando sobre algumas idéias onde predominam o significado da avaliação matemática vimos que algumas privilegiam apenas a capacidade de memorizar as regras e os esquemas, não verificando a compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de atitudes e procedimentos, e nem a criatividade nas soluções de situações problema. Os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação sejam provas, trabalhos, registro de atividades, devem fornecer informações sobre as competências, de cada aluno, em resolver problemas,
desenvolver, raciocínio lógico e analisando-o criteriosamente.
A educação está em parte nas questões mundiais, novas perspectivas apontam para inovações na forma de avaliar. Em suma, os PCNs (1998) propõem e explicitam algumas alternativas para que se desenvolva um ensino matemático que permita ao aluno compreender a realidade em que está inserido, desenvolver suas capacidades cognitivas e sua confiança para enfrentar desafios, ampliando recursos necessários para o exercício da cidadania, ao longo de seu processo de aprendizagem.
A avaliação é um procedimento que deve ser entendido e realizado por todos os segmentos escolares, com participação efetiva dos pais na vida escolar do aluno, muito se espera no que se refere à avaliação nas séries finais do ensino. As formas de avaliação na atualidade compreendem: avaliação de atitudes, avaliação de procedimentos e avaliação de conceito.
Quando se trata de auto-avaliação, estamos querendo refletir sobre uma ação e esperamos um resultado benéfico para a aprendizagem. Surgem várias questões para responder a algumas destas indagações que explicita a avaliação e alguns modelos que todos estão acostumados a utilizar exceto de maneira correta, pois muitos não sabem como realmente avaliar.
A título de exemplo tem-se a avaliação de atitudes de caráter, a qual envolve o educador e o educando de uma maneira que o seu resultado final se torne favorável a ambos os lados, pois, observando comportamento e participação através da auto-avaliação verificamos o que realmente necessita o aluno.
Percebe-se que além do que tem sido discutido sobre avaliação, é imprescindível que haja inter-relação entre a escola e a comunidade. Essa relação faz com que os educadores, educandos e pais percebam a avaliação como meio de superação de barreiras e obstáculos, através da correção de caminhos e não como um fim. A avaliação deve ser abordada como prática necessária para diagnosticar o desenvolvimento do aluno dentro do processo de ensino-aprendizagem.
Devemos repensar sobre as finalidades da avaliação no ensino fundamental sob a forma de conceber a aprendizagem na abordagem e interpretação dos conteúdos aplicados. É necessário que repensemos sobre idéias que predominam o significado da avaliação, algumas privilegiam apenas a capacidade de memorizar as regras e esquemas não verificando a compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de atitudes e procedimentos e a criatividade nas soluções possibilitando a enfrentar situações problemas e resolvê-los.
Sob visão pedagógica cabe a avaliação fornecer aos professores subsídios necessários sobre como está ocorrendo à aprendizagem, os conhecimentos adquiridos, os raciocínios desenvolvidos, hábitos e valores incorporados, o domínio de certas revisões de conceitos e
procedimentos.
Os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação sejam elas provas testes, trabalhos, registros das atividades dos alunos, devem fornecer ao professor informações sobre as competências de cada um em solucionar problemas, utilizar a linguagem
adequadamente para comunicar suas idéias, em desenvolver raciocínios e analises, e em integrar todos os aspectos no seu conhecimento. Devemos ainda as explicações justificativas e argumentações orais, porque elas revelam aspectos do raciocínio que muitas vezes não ficam evidentes nas avaliações escritas.
Segundo FREITAS (apud HOLFFMAN, 1998, p. 23) a avaliação é um mecanismo privilegiado para garantir a função seletiva da escola na sociedade capitalista é, como tal, está atrelado à contradição básica dessa  sociedade. Os
procedimentos de avaliação (como toda a didática) respondem à organização global do trabalho pedagógico na escola, organização que é produto das expectativas que a sociedade capitalista tem da escola.
A avaliação de conceitos possui atividades voltadas à compreensão de definições, aos critérios para fazer classificações e também à resolução de situações de aplicação envolvendo conceitos. Avaliação de procedimentos: reconhecer como eles são contribuídos e utilizados. Avaliação de atitudes: pode ser feito por meio da observação do professor e pela realização de auto-avaliação.
Para saber o que deve ser avaliado precisamos definir critérios para o tipo de aprendizagem desejado. É importante que na seção dos critérios tenha-se uma visão da matemática como uma construção significativa, incluindo-se a colonização do progresso do aluno. A observação do trabalho individual do aluno permite a analise de erros. Na aprendizagem
escolar o erro construtivo, pode ser interpretado como um caminho para se buscar o acerto.
Quando o aluno erra não sabe como acertar, fazem tentativas e a sua maneira vai construindo uma lógica para encontrar a solução. Ao tentar observar como o aluno está pensando, o professor obtém pistas de como pode planejar a internação adequada para auxiliar o aluno a refazer o caminho.
Apesar de a avaliação estar relacionada aos objetivos visados, eles nem sempre se realizam plenamente para todos os alunos. Por isso, os critérios são construídos em função de indicarem as expectativas de aprendizagem possíveis de serem desenvolvidas pelos alunos no final de cada ciclo, com respeito as capacidades indicadas levando em conta as características particulares da classe em que se encontra.
Segundo PERRENOUND (1999) quando existem mudanças da prática de avaliação, em sentido mais formativo, qualificativo e interativo, podemos ter uma explicação paciente. Se existem relações de confiança entre a escola e a família, a avaliação passa a ser encarada de forma mais natural.
Uma avaliação somente é formativa se de alguma maneira possuir uma regulação da ação pedagógica ou das aprendizagens. O professor que percebe que uma noção não foi entendida ou que os métodos de trabalho e atitudes que exige estão ausentes retomará o problema e trabalhará os fundamentos, modificando seu planejamento didático.
A avaliação formativa baseia-se no principio de que o aluno quer aprender e deseja ajuda para isso, revelar suas duvidas, suas lacunas, suas dificuldades de compreensão da tarefa. Prioriza o domínio dos conhecimentos e das competências, considerando que a seleção é na
melhor das hipóteses um mal necessário.
Nessa forma de avaliar o aluno verifica quais são os obstáculos a superar e o professor pode definir quais a s estratégias necessárias e os meios facilitadores para superar o problema
apresentado na aprendizagem do aluno. Uma das formas de avaliação em que o aluno pode observar o que realmente conseguiu aprender é a auto-avaliação. O sentido de avaliar tem sido constantemente associado a expressões como fazer provas, exames, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Esta associação, tão freqüente em nossa escola é resultante de uma concepção pedagógica arcaica, porém tradicionalmente dominante.
Nela a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo. Dentro de uma concepção pedagógica mais moderna, baseada na psicologia genética a educação é concebida como experiência de vivência multiplicada e variadas, tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitivo, objetivo e social do educando.
Nessa abordagem o educando é um ser ativo e dinâmico, que participa da construção de seu próprio conhecimento. Dentro dessa visão, em que educar é formar e aprender é construir o próprio saber, a avaliação, contempla dimensões, e não se reduz apenas em atribuir notas. Assim a avaliação assume uma dimensão orientadora, pois permite que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades, para continuar progredindo na
construção do conhecimento.
Em termos generalizados avaliação é um processo de coleta e análise de dados, tendo em vista verificar se os objetivos propostos foram atingidos, respeitando as características individuais e o ambiente em que o educando vive. A avaliação deve ser integral considerando o aluno como um ser total e integrado e não de forma fragmentada. (LUCKESI,
2000).    O ato de avaliar fornece dados, que permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos, e também, indiretamente determinar a qualidade do processo de ensino. Ao avaliar o progresso de seus alunos na aprendizagem, o professor pode obter informações valiosas sobre seu próprio trabalho.
A avaliação é apresentada como recurso a ser usado na atividade escolar, como forma de promoção dos alunos, de uma série para a seguinte, na trajetória escolar. A avaliação hoje passa pelo crivo de uma perspectiva. A escola pode ser agente eficiente na produção da mudança social. Na escola pública o índice de reprovação é muito maior que em relação à
rede de ensino privado. Uma das causas do fracasso escolar está diretamente relacionada à prática pedagógica do professor, pois é este que avalia de acordo com seus critérios os procedimentos. Sendo assim é ele o responsável pela exclusão ou inclusão do educando na instituição.            

É a partir da avaliação do aluno, que o professor mantém ou reformula seus planos. O corre que todas as decisões nem são neutras nem arbitrárias. Os professores devem respeitar o indivíduo e a sociedade a qual está inserido. A redefinição de avaliação educacional deve ser o vínculo indivíduo-sociedade, numa dimensão histórica. Devido a isto, uma avaliação de rendimentos escolar deve contemplar percepção, pensamento, imaginação, emoção, expectativa, tudo deve estar registrado.       

Como se pode perceber a avaliação do rendimento escolar está relacionada à fragmentação da avaliação, por conseguinte, podendo excluir o aluno da instituição e da sociedade, através da desmotivação, do desrespeito do professor ou de um conselho que não avaliou seu aluno na totalidade. A avaliação deve diagnosticar e favorecer o desenvolvimento individual. No procedimento de avaliação devem-se considerar testes organizados pelo professor, coleção de produtos de trabalho do aluno, registros dos resultados de observação das discussões dos alunos, comentários, entrevistas com alunos ou grupo, análise da escrita.

A nota também classifica o aluno como inferior, médio ou superior. Essa avaliação é completamente discriminadora desconsidera o aspecto qualitativo da educação. A avaliação deve ter função prognóstica que permite verificar se o aluno possui ou não conhecimentos
necessários para o curso, também de medida, onde analisa seu desempenho, em certos momentos e em diversas funções.
Para LUCKESI (2000) a avaliação da aprendizagem está interligada com a avaliação do desempenho e com a avaliação do currículo, dentro do contexto escolar. Enfatiza o aprender que é o ato que o sujeito exerce sobre si mesmo, e não registrar, obter informações e reproduzi-las. Consiste em resolver situações, criar e reinventar soluções.
O aluno aprende quando consegue ultrapassar conflitos. "Para não ser autoritária e conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos". (LUCKESI, 2000, p. 39).
Auto-avaliação é um dos recursos eficientes para detectarmos as dificuldades de aprendizagem dos alunos de forma transparente e precisa dando-nos uma ampla visão dos objetivos propostos, bem como as defasagens de ensino e aprendizagem. A auto-avaliação
serve para diagnosticar os fatores que levam os alunos a não saberem sobre alguns conteúdos, cooperando com o trabalho do professor para poder retomar alguns deles.
Aplicada no ensino fundamental a auto-avaliação mostra-nos que muitos dos alunos apresentam problemas de aprendizagem e de interpretações sobre questões apresentadas. A maioria dos alunos percebe quanto aprenderam e quais foram às questões que não dominavam suficientemente bem para fazerem uma avaliação. Contudo nota-se que os alunos são rigorosos e criteriosos quanto à auto-avaliação; verificou-se também que os alunos com elevada auto-estima alcançam melhores resultados.
Percebemos que com a auto-avaliação, podemos diagnosticar com profundidade o que estão enfrentando em determinada área do conteúdo, podendo retomá-lo para sanar tais dificuldades. A auto-avaliação nos da inicio de onde está o problema. Cumpre ao educador definir o que fazer. A auto-avaliação pode ser encarada como indicativa e não como reveladora de toda a verdade sobre o aluno. Os resultados obtidos nos levam a formular hipóteses de forma coerente sobre o desempenho dos alunos em uma determinada situação. Esses resultados são elementos que nos informam sobre o tipo de ensino que estamos oferecendo.
Como diz MEIRIEU (2002) todos gostariam de saber, mas nem todos estão prontos para aprender. Segundo PERRENOUND (1999) quanto mais o sistema restringe a autonomia nos professores quanto à escola de métodos, meios de ensino e avaliação, mais ele limita suas responsabilidades. O ensino com outras áreas é sempre e ao mesmo tempo, definição dos fins e busca dos meios.
Com a auto-avaliação nota-se que toda mudança é possível e vale a pena utilizá-la como recurso necessário para aceitar o desafio da avaliação. Para nós educadores fica determinado à missão de poder sugerir a introdução da auto-avaliação como meio eficaz para o processo de ensino aprendizagem. Os critérios de avaliação têm função importante, pois explicitam as expectativas de aprendizagem considerando objetos e conteúdos propostos para a área e momento da escolaridade e as possibilidades de aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento cognitivo, efetivo e social em uma determinada situação, na qual os alunos tenham boas condições de desenvolvimento do ponto de vista pessoal e social.
Os critérios de avaliação apontam as experiências educativas a que os alunos devem ter acesso e são consideradas essenciais para o seu desenvolvimento e socialização. Nesse sentido os critérios de avaliação devem refletir de forma equilibrada os diferentes tipos
de capacidades e as três dimensões de conteúdos, e servir para encaminhar a programação e as atividades de ensino aprendizagem.
Segundo DEMO (2004), avaliação pode seguir a todos intentos exclusos, sobre tudo humilhar e excluir, mas pode também ser salva guarda fundamental de direito e aprender. Execrada por muitos professores, estereotipada e exaustada por outros, na pratica, a avaliação é apenas um modo necessário para que o direito do aluno aprender efetive-se da
melhor maneira possível.
Não é possível extinguir o lado incomodo injusto incompleto da avaliação, porque, a rigor, nenhum ser humano é capaz de avaliar adequadamente outro ser humano haveria nisso sempre mais imposição e prepotência do que propriamente avaliação. Mesmo assim, a avaliação é um processo necessário tanto porque faz parte da vida e da lógica quanto porque é função crucial do professor garantir que seu aluno aprenda. O argumento aqui é
em favor de avaliar para promover como diz HOFFMAN (2001).
DEMO (2004) diz ainda que para acalmar os ânimos geralmente exaustados de professores que detestam avaliação, é recomendável começar essa argumentação pela redefinição de professor. Em vez de defini-lo pela aula e pela prova, buscamos defini-lo pelo compromisso de fazer o aluno aprender. O autor justifica ainda que professor de matemática seja quem
consegue que seu aluno aprenda matemática.
Para tanto, o gesto decisivo não é dar aula e aplicar prova, mas cuidar que o aluno aprenda matemática. Não se trata de transmitir conhecimento repassar conteúdo, muito menos de mencionar tópicos e macetes, mas de saber pensar.
Saber pensar não é dinâmica que se fala de fora para dentro, como dizem os biólogos, é um processo que supõe a ação de um sujeito capaz de interpretar e reconstruir o que vem de fora. Não é a realidade de fora que simplesmente se impõe.
A aula quando reprodutiva, não acrescenta nada. A rigor, o aluno não vai para a escola para ouvir aula tomar nota e fazer prova. É perda de tempo, vai para aprender, não é o caso de
aumentar os dias letivos. É sempre caso de aumentar a aprendizagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A chamada avaliação tradicional tem sido a prática mais comum do ensino. Para MENDES (2005) ela é mal chamada, pois, indefine-se nos termos e normalmente seu significado é presumido onde nunca é determinado, o que se quer dizer, nem o sentido que se atribuí a ela. A avaliação, assim como a prova não modificaram o sentido nem significado do sempre foi feito, centrar-se fundamentalmente na qualificação do rendimento dos alunos.
Concluí-se que a avaliação é muito importante para o aluno, e principalmente para nós professores para que possamos verificar de maneira coerente e transparente, o aprendizado do aluno.
A avaliação deve ser abordada como pratica necessária para diagnosticar o desenvolvimento do aluno dentro do aprendizado escolar e no ensino aprendizagem.Tão importante quanto à avaliação de conteúdos é a avaliação de atitudes e valores que não deve estar vinculada a notas.
"A avaliação deve ser usada sempre para melhorar, nunca para eliminar, selecionar
ou segregar
" (ALVAREZ MENDES, 2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVAREZ MENDES, J. M. Avaliar para conhecer, examinar para incluir. Porto Alegre: Artmed, 2005.
BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, ano CXXXIV, n. 248, 23/12/1996, p. 27833-27481.
BRASIL. PCNs 5ª A 8ª Séries: Introdução aos Parâmetros Curriculares. MEC/SEF, 1998.
DEMO, P. Avaliação: Valores e Ambigüidades. ABC Educativo v. 5. São Paulo, 2004. p. 10-14.
HADJI, C. Avaliação Desmotivada. Porto Alegre: Artmed, 2001.
HOFFMAN, Jussara M. C. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré – Escola à Universidade. Porto Alegre, 1998.
HOFFMAN, Jussara M. C. Avaliar para Promover as Setas do Caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001.
LUCKESI, Cipriano. A avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2000.
MEIRIEU, P. Pedagogia entre o dizer e o fazer. Porto Alegre: Artmed, 2002.
MENDEZ, J. M. A. Avaliar para conhecer, Examinar para Excluir. Porto Alegre: Artmed, 2005.
PERRENOUND, P. Não Mexa na Avaliação? Uma Abordagem Sistemática da Mudança in: Avaliação: da Excelência à Regulação das Aprendizagens: Entre Duas Lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

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