segunda-feira, 6 de junho de 2011

a importância da libras

A importância de conhecer a estrutura da Libras para o educador busca uma nova abordagem sobre o estudo inclusivo, este trabalho propõe compreender o uso da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), aplicado para alunos com necessidades auditivas específicas. Será analisado o papel do aluno, do interprete de Libras e do professor no contexto de sala de aula, o entendimento do português como fonte de alfabetização e letramento que serão de grande importância na discussão do ensino inclusivo dos deficientes auditivos em escolas regulares.
Palavras-chave: Ensino; Libras; Surdez.
1 introdução
A inclusão vem tomando força cada vez mais, a realidade é esta, e é inegável e deve acontecer. Nessa perspectiva a Educação encontra-se num “duelo” muito particular entre dois profissionais que atuam diretamente com os surdos; o Professor e o intérprete de Libras, porém, nesse contexto inclusivo existem três personagens e não somente dois: os alunos surdos, o intérprete de Libras e o Professor. É vital que seja definido com clareza o papel de cada um destes no processo educacional.
Antes de abordarmos este tema e respondermos estas questões é importante fazer uma breve resenha sobre a Libras (Língua Brasileira de Sinais).
2 A LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
A necessidade da comunidade surda em se expressar vai muito além da busca por compreensão da língua, fazer parte do silêncio dos surdos é se manifestar na forma cultural e diversa da sua identidade na sociedade ouvinte. A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é um diferencial na identificação dos surdos, embora a expressão facial e corporal que acompanham os sinais, sejam também partes importantes na composição da cultura dos surdos. Para maior esclarecimento sobre o surgimento da LIBRAS, (MENEZES, 2006) afirma que:
“O Brasil ainda era uma colônia portuguesa governada pelo imperador Pedro II quando a língua de sinais para surdos aportou no país, mais precisamente no Rio de Janeiro. Em 1856, o conde francês Ernest Huet desembarcou na capital fluminense com o alfabeto manual francês e alguns sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, deu origem à Língua Brasileira de Sinais (Libras).O primeiro órgão no Brasil a desenvolver trabalhos com surdos e mudos surgiu em 1857. Foi do então Instituto dos Surdos-Mudos do Rio de Janeiro, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), que saíram os principais divulgadores da Libras. A iconografia dos sinais -ou seja, a criação dos símbolos -só foi apresentada em 1873, pelo aluno surdo Flausino José da Gama. Ela é o resultado da mistura da Língua de Sinais Francesa com a Língua de Sinais Brasileira antiga, já usada pelos surdos das várias regiões do Brasil.”
Mesmo com língua própria, os surdos ainda sofrem com a diversidade e o preconceito. Infelizmente a concepção dos ouvintes é a do surdo como incapaz de opinar e de tomar decisões sobre seus próprios assuntos. O papel da língua de sinais na educação regular é um fator relevante na vivência social dos surdos, pois promoverá um maior entendimento entre a cultura ouvinte e não-ouvinte. Entretanto, o desafio de inclusão na sociedade estudantil tem se tornado algo efetivo, com oficialização da lei LIBRAS em abril de 2002 (Lei n.10.436, de 24 abril de 2002) que diz no artigo 1° “É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais -Libras e outros recursos de expressão a ela associados” e ainda define no parágrafo único:
“Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual­motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.”
O decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 regulamenta esta Lei e estabelece a LIBRAS como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de Professores. A importância deste decreto está no número de professores que desconhecem ou não se consideram com habilidades adequadas para o uso desta língua. As justificativas são diversas, entre elas, a inexistência de um curso de LIBRAS em algumas localidades dos estados brasileiros, ou a falta de coordenação motora na configuração (posição) dos sinais. Todavia, os deficientes auditivos, também são penalizados com essa falta de adequação dos educadores. A expressão real disso é o fracasso de muitos alunos na tentativa de leitura labial, a incompreensão e falta de interpretação de textos de modo geral, a dificuldade na escrita do português e, por conseqüência, a evasão escolar.
3 FUNÇÕES COMUNICATIVAS E FUNÇÕES PEDAGÓGICAS
Dentro deste contexto de inclusão, o primeiro personagem é o aluno surdo. Este possui língua e cultura diferente daquela que o professor está acostumado a lidar. Também, por Lei, tem o direito de ser incluído em sala e Escola de ensino comum.
Embora definidas as funções de cada profissional observa-se certa situação aflitiva entre eles e tais necessitam ser sanadas. O Professor normalmente tem muitas dúvidas ou mesmo desconfiança na tradução que o intérprete realiza, acreditando ser improvável a concretização da interpretação pelo simples fato do intérprete não haver feito licenciatura, pedagogia, magistério ou não ter intimidade com os conteúdos escolares. O intérprete muitas vezes vai além de sua interpretação interferindo naquilo para qual não foi lhe dado autoridade. Muitos intérpretes são selecionados para trabalharem nas escolas de todo o país, porém nem todos estão em condições profissionais para atuarem. Outro problema advindo do professor é a desconfiança se o intérprete na hora da prova; está ajudando (dando “cola”) ao aluno surdo ou não?
4 Conclusão
Muitos acreditam que contratando professores que conhecem Libras os profissionais intérpretes poderão ser substituídos. Esse é um grande erro de avaliação. Os procedimentos técnicos são completamente diferentes. Por isso foram definidas as funções comunicativas e as funções pedagógicas. Mesmo que o Professor conheça muito bem a Libras ele é Educador, a não ser que tenha experiência profissional dentro da área de interpretação, mesmo assim é melhor exercê-la em momentos distintos.
5 referências
LEGISLAÇÃO DE LIBRAS. Linguagem Brasileira de Sinais. Disponível em: www.libras.org.br/leilibras.htm. Acesso: 01/04/2009
MENEZES, Ebenezer Takuno de. SANTOS, Thais Helena dos.”LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais)” (Verbete) . Dicionário Interativo da Educação Brasileira. Educa Brasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2006

O surdo e a história da sua educação

    No passado, os surdos eram considerados incapazes de ser ensi-nados, por isso eles não freqüentavam escolas. As pessoas surdas, princi-palmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.
    Os principais registros que temos sobre a História da Educação dos Surdos são:
No final do século XV:

  •  não havia escolas especializadas para surdos;

  • pessoas ouvintes tentaram ensinar aos surdos:


  • - Giralamo Cardamo, um italiano que utilizava sinais e linguagem escrita;
    - Pedro Ponce de Leon, um monge beneditino espanhol que utilizava, além de sinais, treinamento da voz e leitura dos lábios.
    Nos séculos seguintes:
  • alguns professores dedicaram-se à educação dos surdos. Entre eles, destacaram-se:


  • - Ivan Pablo Bonet (Espanha)
    - Abbé Charles Michel de I'Epée (França)
    - Samuel Heinicke e Moritz Hill (Alemanha)
    - Alexandre Gran Bell (Canadá e EUA)
    - Ovide Decroly (Bélgica);
  • esses professores divergiam quanto ao método mais indicado para ser adotado no ensino dos surdos. Uns acreditavam que o ensino deveria priorizar a língua falada (Método Oral Puro) e outros que utilizavam a língua de sinais - já conhecida pelos alunos - e o ensino da fala (Método Combinado);

  • em 1880, no Congresso Mundial de Professores de Surdos (Milão - Itália), chegou-se à conclusão de que todos os surdos deveriam ser ensinados pelo Método Oral Puro. Um pouco antes (1857), o professor francês Hernest Huet (surdo e partidário de I'Epée, que usava o Método Combinado) veio para o Brasil, a convite de D. Pedro II, para fundar a primeira escola para meninos surdos de nosso país: Imperial Instituto de Surdos Mudos, hoje, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), mantido pelo governo federal, e que atende, em seu Colégio de Aplicação, crianças, jovens e adultos surdos, de ambos os sexos. A partir de então, os surdos brasileiros passaram a contar com uma escola especializada para sua educação e tiveram a oportunidade de criar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), mistura da Língua de Sinais Francesa com os sistemas de comunicação já usados pelos surdos das mais diversas localidades;

  • A.J. de Moura e Silva, um professor do INES, viajou para o Instituto Francês de Surdos (1896), a pedido do governo brasileiro, para avaliar a decisão do Congresso de Milão e concluiu que o Método Oral Puro não se prestava para todos os surdos.

  • No Século XX:
  • aumentou o número de escolas para surdos em todo o mundo;

  • no Brasil, surgiram o Instituto Santa Terezinha para meninas surdas (SP), a Escola Concórdia (Porto Alegre - RS), a Escola de Surdos de Vitória, o Centro de Audição e Linguagem “Ludovico Pavoni” - CEAL/LP - em Brasília-DF e várias outras que, assim com o INES e a maioria das escolas de surdos do mundo, passaram a adotar o Método Oral;

  • a garantia do direito de todos à educação, a propagação das idéias de normalização e de integração das pessoas com necessidades especiais e o aprimoramento das próteses otofônicas fizeram com que as crianças surdas de diversos países passassem a ser encaminhadas para as escolas regulares. No Brasil, as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação passaram a coordenar o ensino das crianças com necessidades especiais (inicialmente denominadas portadoras de deficiências) e surgiram as Salas de Recursos e Classes Especiais para surdos, além de algumas Escolas Especiais, com recursos públicos ou privados;

  • com a organização das minorias no âmbito mundial, por terem garantido seus direitos de cidadãos, as pessoas portadoras de necessidades especiais passaram a apresentar suas reivindicações que, no caso dos surdos, são: o respeito à língua de sinais, a um ensino de qualidade, acesso aos meios de comunicação (legendas e uso do TDD) e serviços de intérpretes, entre outras;

  • com os estudos sobre surdez, linguagem e educação, já no final de nosso século, os surdos assumiram a direção da única Universidade para Surdos do Mundo (Gallaudet University Library - Washington - EUA) e passaram a divulgar a Filosofia da Comunicação Total. Mais recentemente, os avanços nas pesquisas sobre as línguas de sinais, preconiza o acesso da criança, o mais precocemente possível, a duas línguas: à língua de sinais e à língua oral de seu País - Filosofia de Educação Bilingüe

  • Monografias prontas: é válido adquirir? E como utilizar? -Por Luciane Machado

    Mundo contemporâneo, múltiplas tarefas, inúmeras responsabilidades, desdobramento pessoal entre carreira, estudo, família, e demais afazeres cotidianos.
     A formação acadêmica e continuada pendendo para especialização se faz mister para a sobrevivência profissional, que urge por indivíduos cada vez mais bem formados e conhecedores de novas tendências ou conteúdos científicos.
    Não é possível, por conseguinte, apartar a educação da vida profissional, nem tampouco abandonar os exíguos momentos de relaxamento e proximidade com a família ou mesmo dedicados aos afazeres pessoais, de cunho afetivo, doméstico e afins.
    Diante de contexto tão repressor, que obriga a coabitar o indivíduo com suas obrigações profissionais, individuais, e pertinentes à formação acadêmica, o momento de apresentação do trabalho de conclusão de curso é avassalador na vida do formando, causando impacto direto em seus resquícios de tempo sobressalente, o qual necessita muitas vezes abandonar por meses até que conclua sua Monografia, Tcc, ou variantes da construção científica textual.
    Desprovido de solução eficiente, o estudante em martírio busca por soluções mais viáveis e muitas vezes pende para a aquisição de monografias prontas, as quais tende à apresentar junto ao orientador competente no intento de alcaçar o almejado diploma, sem estar consciente dos malefícios que pode provocar à sua reputação e carreira acadêmica.
    É relevante observar que produções acadêmicas adquiridas de forma rápida e ágil, de forma geral foram produzidas previamente, podendo ter sido distribuídas para inúmeros alunos que antes já fizeram entrega do mesmo material, ocasionando a perigosa e letal problemática do plágio - questão comprovadamente responsável pela grande maioria de reprovações para estudantes em conclusão.
    Diante de tal situação, repetida anualmente em grande escala junto às instituições de ensino superior, uma pergunta paira no ar: existe qualquer validade na compra de uma monografia pronta? Tal documento pode auxiliar de alguma forma ou representa unicamente o caminho mais rápido para a reprovação?
    A resposta mais adequada é que há serventia na compra de uma produção textual de cunho acadêmico, porém seu uso deve obedecer a inúmeras regras, tais quais:
    * não deve ser utilizada a pesquisa em sua íntegra, de forma alguma;
     * deverá ser tomada como base textual e metodológica para a produção de variante que representará uma visão própria sobre o tema proposto;
    * servirá enquanto observatório de como explorar determinada temática; * representará inspiração sobre a linha de pensamento a ser seguida na produção de sua própria monografia; * auxiliará para avaliar e principalmente criar nova leitura e abordagem sobre o tema;
    * jamais deverá ser reproduzida enquanto objeto de criação própria. Monografias prontas adquiridas em ambiente da Internet ou fora dela devem ser consideradas como ponto de partida para leitura pessoal e diferenciada sobre o assunto explorado, não representando objeto de uso pleno ou de completo descarte, mas sim de utilização moderada e inspiradora para que possa o aluno contemporâneo engendrar sua própria forma e estilo de redação.
    Assim, aquela monografia pronta, comprada com pretensões não muito éticas pode se transformar no nascedouro de um grande escritor, que encontra a lacuna faltante em determinada temática e a explora de forma crítica, analítica, comparativa e inovadora, ou seja, exatamente o que espera a instituição de ensino superior no momento de recolha para suas produções textuais de conclusão de curso.

    Monografias e TCC, um caminho para apresentação e descoberta de talentos

    Este texto é uma homenagem à Professora Rosangela Maria Enéas, pelo seu carinho e dedicação na orientação de nossos jovens na preparação de seus trabalhos de conclusão de curso.
    Aos que precisarem de apoio recomendo que visitem seu blog  http://www.projetosetcc.blogspot.com

    Qualificação, uma palavra cujo significado jamais sairá de moda. Poderá nos ser apresentada com outras roupagens, mas certamente sem perder a essência.

    Em uma ponta do processo, vamos encontrar as escolas, na outra, os empreendimentos.

    Os alunos, desejável seria que as aproximassem, mas não conseguem.

    As escolas e os empreendimentos, como filmes distintos, ainda não descobriram os alunos como atores coadjuvantes, capazes de atuar nesse enredo de integração.  Estes, enquanto não fizerem parte do elenco principal, serão meros figurantes.

    Muitos, quando em ação, são promovidos a diretores, não raro, redatores da história.

    Seus primeiros passos na arte de escrever se deu com os TCC – Trabalho de Conclusão de Curso -, Monografias e um dia, quem sabe, em busca de um doutorado, teses. Atores coadjuvantes, principais, diretores, redatores, mas eternos alunos.

    O que é feito dessas histórias contadas?

    Umas poucas vão ao palco, outras tantas vão ao pó!

    Suas páginas amareladas demonstram talentos e vocações, que talvez não tenham oportunidade de germinar, como sementes guardadas em lugares secos, sem receber a milagrosa rega.

    Poucas vezes é necessário muito.  Uma gota d'água, uma bela flor. Cada flor, um fruto. Cada fruto, novas sementes.

    Poético para um mundo prático? Não, prático, pois a poesia está nos empreendimentos que despertam e atendem sonhos!

    Ora, onde, então, nos perdemos?

     A delicadeza da questão não está onde nos perdemos, está no fato de que nunca nos encontramos, quer seja você ator no enredo escola ou empreendimento.

    Como se não pudessem ser integrados os românticos textos acadêmicos com os aventureiros textos empreendedores!

    Não nos diria William: " Acautelai-vos incautos, pois a pena tem mais poder que a espada?"

    Que história poderia ser contada se tivéssemos sabedoria para  reunir e integrar textos e atores!

    Em um enredo de paixões alguns estudariam mapas, para que outros singrassem mares com a certeza do sucesso.

    Como prêmio, a arca, repleta de riquezas, e porque não, encontrada no Eldorado, ao pé do arco-íris?

    Não, jamais, bobagem!

    Somos mestres e gestores, sérios e sábios, sem tempo a perder, muito a fazer, e, uns aos outros, pouco a ensinar, nada a aprender.

    Atores de um seriado que aborrecidamente se repete, onde o herói sempre vence.

    Enquanto isso, lamentamos a falta de qualificação de novos atores e redatores, ainda que trabalhos sejam desenvolvidos aos milhares, sem emoção e gosto, com despreparo e desespero da multidão ávida por uma oportunidade de integrar os elencos.

    Assim seguimos, em busca do nosso "Oscar", com muitas histórias já conhecidas, que ao público pouca emoção desperta!

    Para alegria de alguns, no set ou na coxia, lá está a Professora Rosangela, orientando-os para que tenham sucesso na sua busca por um papel!

    Ivan Postigo
    Diretor de Gestão Empresarial
    Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
    Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
    www.postigoconsultoria.com.br
    Twitter: @ivanpostigo
    Skype: ivan.postigo

    Aprenda a fazer Monografias-  TCC -  e  Projetos, com a série de Videos Grátis da Professora Rosangela
    Monografias e Projetos – Elaborados Pensando em Você

    A educação especial no contexto da inclusão - Por EMMANUELA SUZY MEDEIROS

    Quando se fala em educação, há algo que não pode ser esquecido: o indivíduo, quando nasce, é único, original, tem potencialidades individuais, além daquelas comuns a toda espécie humana.
    De modo que a educação especial sempre foi vista de maneira dissociada e ou separada, e sem digno de preocupação, da Educação Geral. Porém, a Educação Especial deve ser vista no contexto da Educação Regular, ou seja, o portador de necessidades especiais deve ter a mesma atenção e ser atendido no mesmo ambiente dos alunos sem necessidades.

    PALAVRAS – CHAVES: EDUCAÇÃO ESPECIAL, ESCOLA, INCLUSÃO




    INTRODUÇÃO

    Como é sabido a Educação Especial sempre foi encarada de maneira dissociada e ou separada, e sem digno de preocupação, da Educação Geral. Porém, a Educação Especial deve ser vista no contexto da Educação Regular, ou seja, o portador de necessidades especiais deve ter a mesma atenção e ser atendido no mesmo ambiente dos alunos sem necessidades. Nomeamos esta tendência contemporânea de Educação Inclusiva, uma vez que o portador de necessidades especiais é inserido em classes regulares de ensino. Afinal, ele é tão digno e merecedor da educação como qualquer outro individuo (ARANHA; RODRIGUES, 2003).
    Entretando, ao referenciar a escola, esta estar inserida no contexto social, tendendo a atender as necessidades da sociedade e, o processo de inclusão deve dar-se a partir desta, sabendo-se que cada individuo, e que  caso é diferente e deve ser analisado de modo  particular, com seriedade e  respeito,  uma vez que dependendo da situação do indivíduo o processo pode causar mais frustração do que satisfação.
    É preciso comprometimento, atenção, cautela etc, para que os profissionais venham a tomar decisões sábias e positivas no que se refere à inclusão do aluno portador de necessidades especiais na escola regular ou no contexto da educação geral. A Educação Inclusiva deve ser uma realidade nacional, cotidiana e factual, tanto nas escolas públicas como privadas de ensino, onde haja realmente um espaço amplo e democrático, destinado a todos, sem discriminações.
    "Desde o princípio do processo educacional, o indivíduo estará tentando impor e afirmar a sua individualidade. Daí surge um choque: pressão por parte da sociedade e resistência por parte do indivíduo" (MAZZOTA, 1996).
    A educação é um processo dialético, porque existem duas forças que não apenas se chocam, mas criam uma terceira, um novo movimento. É muito mais importante que a capacidade de poder atuar sobre a natureza e transcender as condições e os fatores situacionais e a capacidade que o homem tem de poder aperfeiçoar-se, crescer e evoluir, ter domínio sobre si próprio.


    1.1 Educação Especial

    Há varias maneiras de definir a Educação Especial, dependendo do contexto em que esteja inserido, devendo levar em consideração o histórico, cultural e social de cada comunidade. É importante ressaltar que a Educação Especial é possui particularidades que são  abrangente e ampla, engloba uma incomensurável diversidade de necessidades educativas especiais, assim como uma equipe multidisciplinar, composta pelos mais diversos profissionais e especialistas. Tendo como objetivo principal é promover uma qualidade de vida àqueles que, por algum motivo, necessitam de um atendimento adequado à sua realidade física, mental, sensorial e social.
    A Educação Especial destina-se aos portadores de necessidades especiais, ou seja, todas as pessoas que precisam de métodos, recursos e procedimentos especiais durante o seu processo de ensino-aprendizagem. Indivíduos portadores de deficiência sensorial (auditiva ou visual) deficiência motora, deficiência cognitiva, altas habilidades, transtornos de personalidade, autismo, psicose, síndrome de Down, deficiências múltiplas, inadaptação social, dependência química, dentre outras (CARVALHO, 1997).
    Ao longo da história da humanidade, os deficientes receberam vários tratamentos e conotações. Na Antiguidade eram exterminados por serem improdutivos; no Período Medieval eram considerados demoníacos (criaturas enviadas pelo demônio); e no início da Idade Moderna passaram a ser vistos como expiação dos pecados da família. Surgem os primeiros manicômios, e em seguida aparecem as primeiras escolas especiais, no entanto, ainda hoje, um considerável número de leigos os vê como anormais mascarando as reais potencialidades dessas pessoas, prejudicando assim o processo de inclusão. Diante do exposto percebe-se que a discriminação não é algo atual mas de longos períodos.
    A terminologia "Especial" usada hoje é fruto da evolução da percepção que se vem tendo dessas pessoas excepcionais, pessoas deficientes, pessoas portadoras de deficiência, pessoas portadoras de necessidades especiais e, atualmente, pessoas portadoras de necessidades educativas especiais (MAZZOTA, 1989).
    Bobbio (1992, p,10) nos ensina que "todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direito". Essa constatação é imediatamente aplicável às pessoas portadoras de deficiência cujos direitos de cidadania têm sido desrespeitados em decorrência de outros fatores, da desinformação sobre as deficiências e dos inúmeros preconceitos e estigmas que povoam o imaginário coletivo acerca das pessoas.
    O grande desafio é, portanto identificar o modo mais seguro de lutar pela cidadania, para evitar que os direitos não continuem a ser violentados na prática.
    A Educação Especial privilegia a compreensão, encorajando a organização de pensamentos e tendo como objetivo principal o desenvolvimento dá autonomia intelectual e moral. O educador, nesta abordagem, não é aquele que ensina, mas sim, aquele que dá condições ao aluno de se desenvolver e aprender, levando em conta a complexibilidade que envolve os aspectos afetivos em inter-relação com os aspectos cognitivos da aprendizagem, e procurar, desta forma desenvolver com o indivíduo uma relação de respeito mútuo e afeto, gerando nele segurança e confiança, pois somente um bom clima sócio-afetivo lhe permitirá interagir com o meio criando, inventando, construindo seu conhecimento. O vínculo afetivo que o professor estabelecer com ele facilitará sua ação de forma livre nas situações de aprendizagem (MAZZOTA, 2000).
    Embora elaborados há mais de dez anos, estes princípios continuam norteando as atividades atuais em Educação Especial. Na realidade, quando falamos em inclusão, estamos considerando também a existência destes princípios. É interessante notar que os mesmos continuam atuais e necessários à promoção de uma sociedade plural, repleta de diferenças individuais, mas com igualdade de oportunidades.


    1.2 Princípios Básicos da Educação Especial

                Segundo o antigo CENESP (Centro Nacional de Educação Especial), através da Portaria 69, de 26 de agosto de 1986, normatizou os seguintes Princípios da Educação Especial (BRASIL, 1994).

    • Participação – entendida como envolvimento de todos os setores da sociedade no desenvolvimento das atividades educativas para uma ação conjunta na área de Educação Especial.
    • Integração – caracterizada como um processo dinâmico e orgânico, envolvendo esforços dos diferentes segmentos sociais, para que o estabelecimento dê condições que possibilitem às pessoas portadoras de deficiências, com problemas de conduta e superdotadas, tornarem-se parte integrante da sociedade como um todo.

    • Normalização – definida no sentido de proporcionar as pessoas portadoras de deficiências, com problemas de conduta e superdotadas, condições de vida similares às das outras pessoas, dando-lhes possibilidade de uma vida tão normal quanto possível.

    • Interiorização – concebida como expansão do atendimento aos municípios do interior, às periferias urbanas e às zonas rurais, estimulando a implantação de novos serviços e valorizando as iniciativas comunitárias relevantes.

    • Simplificação – definida como a opção por alternativas simples para os processos de ensino-aprendizagem em Educação Especial sem prejuízos dos padrões de qualidade.

    Conforme exposto, esses princípios atuam como importantes fatores para revisão e atualização do processo, ensino x aprendizagem de excepcionais, para maior adequação na capacitação de recursos humanos, para a remoção de barreiras de qualquer natureza e, principalmente, para racionalizar o atendimento prestado pela rede pública e particular (METTRAU, 2000).
    Mesmo tendo sido  elaborados há mais de dez anos, estes princípios continuam norteando as atividades atuais em Educação Especial. Na realidade, quando fala-se em inclusão, considera-se também a existência destes princípios. É pertinente observar que os mesmos continuam atuais e imprescindíveis à promoção de uma sociedade plural, repleta de diferenças individuais, mas com igualdade de oportunidades.


    1.3 Educação Especial no Brasil

    De acordo com a Declaração Universal dos Diretos da Criança, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 21 de dezembro de 1959, assegura no seu Princípio 7º que:

    A criança tem direito à educação, para desenvolver as suas aptidões, sua capacidade para emitir juízo, seus sentimentos, e seu senso de responsabilidade moral e social. Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.(Declaração Universal dos Direitos da Criança, 2005 p.1)

    A mesma Declaração dos Direitos da Criança, no Princípio 5º, garante "às crianças incapacitadas física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar" .(Declaração Universal dos Direitos da Criança, 2005 p.1.
    Nesta ótica, o artigo 205 da Constituição Federal Brasileira consagra a educação como direito de todos e dever do Estado e da Família, assegurando como direito público subjetivo, no parágrafo 1 do artigo 208, o acesso ao ensino obrigatório e gratuito.
    De maneira tal , que democratizar a educação significa propiciar a todos os indivíduos acesso e permanência na escola. A educação sendo tratada de forma  democrática  é o principal meio e ou elemento de  instrumentalizar o indivíduo para o exercício de suas funções na sociedade.
    A integração real dos individuos com necessidades especiais sempre foi expressa, sobretudo pela sociedade e pelas políticas públicas, como algo assistencial, é pertinente fazer uma retomada na  história no Brasil. A partir da década de 70 se inicia um processo de centralização administrativa e coordenação política a partir do Governo Federal.
    De modo, que em termos de legislação, Educação Especial aparece pela primeira vez na LDB 4024/61, apontando que a educação dos excepcionais deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação. Na lei 5692/71, foi previsto o tratamento especial para os alunos que apresentam deficiências físicas ou mentais ou superdotados. Na década de 70 também é criado o CENESP junto ao MEC, com o objetivo de centralizar e coordenar as ações de política educacional. Este órgão existiu até 1976 e em toda a sua trajetória manteve uma política centralizadora que priorizava o repasse de recursos financeiros para as instituições privadas. Em 1986 é criada a CORDE (Coordenadoria para a integração da pessoa portadora de deficiência), junto a Presidência da República para coordenar assuntos, atividades e medidas referentes ao portador de deficiência. Em 1989 a CORDE foi transferida para o ministério da Ação Social, e a área da Educação Especial do MEC, tornou-se coordenação, configurando uma redução do poder político da área, nos dois casos. Em 1993, voltou a existir a Secretaria de Educação Especial (SEESP), no Ministério da Educação. Isto demonstra o quanto a Educação Especial tem se apresentado no "status" secundário das políticas públicas e que as descontinuidades marcam sua trajetória.
    Todavia analisa-se que a partir da década de 90, as discussões referentes a educação dos portadores com necessidades especiais, tomam uma dimensão maior. No Brasil mais recentemente pode se evidenciar a última LDB 9.394/1996 que em seu Capitulo V, aponta que a educação dos indivíduos portadores de necessidades especiais deve-se dar preferencialmente na rede regular de ensino, o que significa uma nova forma de entender a educação de integração dessas pessoas.
    Entretanto, é necessário que as ações e ou projetos voltados para inclusão desses indivíduos supra-citados, sejam bem planejadas, para que seus direitos sejam respeitados. É preciso exigir e  proceder uma avaliação responsável quando se levanta a questão da inclusão de pessoas que historicamente foram e ainda são excluídas da sociedade, praticamente em todas os segmentos. Neste sentido fica nítida a urgência dos educadores e pesquisadores ligados principalmente a educação, juntarem esforços para pesquisar e discutir esta temática, em todos os níveis de modalidades de ensino (BRASIL, 1996).
    Hoje a educação especial posiciona-se dentro de uma visão não ligada exclusivamente ao entendimento da pessoa considerada tradicionalmente como excepcional. É mais abrangente, atingindo todo aluno que carece em qualquer momento de sua vida, de elementos especiais para o seu pleno acréscimo, desse modo a Educação Especial é considerada parte integrante da Educação Geral e não uma entidade à parte (BRASIL, 1994).
    Cabe, ainda, ressaltar que dentro da realidade educacional brasileira, a Educação Especial está presente nas estruturas organizacionais das Secretarias de Escala de forma bastante variada. Em alguns estados ela é um departamento, em outros coordenação, setor e até fundação. Apesar desta estrutura plural, o grande objetivo da Educação Especial é oportunizar o desenvolvimento integral harmonioso dos alunos com necessidades educativas especiais, facilitando seu processo de integração na família, na escola, na comunidade e na sociedade. Para que isso possa solidificar e ou concretizar, deve-se contar com o auxílio de recursos institucionais e metodologias específicas, pautando-se sempre nos princípios filosóficos da educação.























    REFERÊNCIAS

    ARANHA, M. S. F; RODRIGUES, M. S. F. O portador de deficiência física: caracterização de sua identidade social. Cultura, 1993.

    BERNARDINO, E. L. Absurdo ou lógica? Os surdos e sua produção lingüística. Belo Horizonte: Profetizando Vidas, 1996.

    BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro, Campus. Tradução Carlos Nelson Coutinho. 1992

    _________. Ministério da Educação e Cultura. Ensino de língua portuguesa para surdos. v. 2, Brasília, 2002.

    _________. Espaços de inclusão. Boletim Salto Para o Futuro. Rio de Janeiro: TV Escola. 2000.

    _________. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Especial. A educação profissional de pessoas com deficiência. 2000. Ano 10. n. 22.

    ______, Ministério da Educação e do Desporto. Um salto para o futuro. Educação Especial. Tendências Atuais. Brasília: SEED, 1999.

    _________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, 1996.

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    (Artigonal SC #4800713

    Empreendedorismo na Gestão Pública

    Ao longo dos anos uma série de mudanças vem ocorrendo na esfera social, econômica, política e cultural. Uma das causas dessas mudanças está relacionada ao rápido desenvolvimento tecnológico, provocado pela evolução das áreas da comunicação e da informática. Assim também as Administrações Públicas vem se transformando, devido às modificações necessárias e exigidas pela mudança de consciência dos cidadãos, que geram maiores expectativas e exigências em relação à prestação de um serviço público de qualidade, célere, eficaz e eficiente, com transparência e com o menor dispêndio possível de recursos, reconhecendo que a administração burocrática não mais corresponde ás demandas de seus usuários.
    Nesse contexto percebe-se que as organizações públicas encontram maior dificuldade na efetivação dessa flexibilidade, uma vez que são regidas eminentemente por normas e regras rígidas, em que somente é autorizado fazer o que a lei permite, onde a cultura organizacional é estereotipada, com procedimentos hierarquizados, com paradigmas autoritários, onde o funcionário público é mero cumpridor de ordens, sendo desprovido de iniciativa própria, fator esse agravado pela ineficiência e a desmotivação do funcionário público, que não pode ser punido com a demissão, além da corrupção que assola nosso país e desola o cidadão, que ali lhe colocou no poder, para representar os interesses da sociedade e não em benefício próprio.
    Nesse sentido, as mudanças organizacionais partem de mudanças de comportamento e de atitude originárias das próprias pessoas integrantes das organizações públicas, as quais precisam ter um maior comprometimento com a instituição, bem como desenvolverem a capacidade de aprender, de inovar, de incentivar, de fomentar e de adaptar-se às novas situações. Obedecendo sempre aos princípios de legalidade, impessoalidade, razoabilidade, moralidade, publicidade e eficiência.
    O Estado deve agir de forma á estimular o desenvolvimento econômico, tendo como preocupação a promoção do bem comum, determinando assim ações empreendedoras que possibilitem a redução da máquina estatal, a descentralização do serviço público, prestação de serviço eficiente e de qualidade. Criando alternativas mais eficazes para atender as diversas demandas existentes na sociedade. Por tanto, cabe ao ente levar ao público esta preocupação, na forma de realização e a população, cabe exigir cada vez mais esse tipo de iniciativa dos gestores públicos.
    Criando assim mecanismos de controle, promovendo a democracia e proporcionando o bem-estar coletivo através do equilíbrio social, econômico e político, surgindo então uma administração pública eficiente, com valor estratégico capaz de reduzir lacunas que separam da demanda social, econômica e política da satisfação das necessidades pleiteadas pela sociedade. Não atendendo somente aos princípios legais, mas também a política de resultados, assumindo riscos, inovando, fazendo a diferença em benefício aos seus clientes, ou seja, os cidadãos.
    Por tanto, as organizações públicas precisam embutir em suas diretrizes e práticas uma constante busca de oportunidades inovadoras, tratando as mudanças como oportunidades e não como ameaças, pois o processo de globalização gera tantas oportunidades quanto perigos, seja na vida pública ou na privada, por tanto é preciso prestar-mos atenção ás diferenças culturais.
    Os desafios são novos e para enfrentá-los precisamos de pessoas que tenham iniciativa, criatividade, independência, persuasão, capacidade de definir metas, planejando para alcançar seus objetivos, alavancando competências e atacando os pontos fracos para torná-los pontos fortes no futuro, implementando auto-renovação contínua. Essas estratégias são fundamentais para o sucesso da organização seja ela pública ou privada, outro fator importante são os planos de carreira e o estabelecimento de objetivos não somente em curto prazo, mas também em longo prazo para alcançar o sucesso.
    Nesse sentido, o empreendedorismo surge como uma ferramenta cujos fatores aliam eficiência a um novo paradigma de administração pública, fugindo aos padrões antigos onde a burocracia e as ações tradicionalmente morosas e ineficientes cedem lugar a projetos, planejamento e ações arrojadas e dotadas de espírito inovador. Abordando uma sistemática que entende as organizações como um conjunto de elementos interdependentes que interagem entre si para um fim comum, se interelacionando com o ambiente, focando as ações no cliente-cidadão, adotando uma abordagem gerencial, baseada na descentralização e no controle de resultados.
    Por tanto tornar-se empreendedor é o desafio de ser responsável pelo próprio futuro e pelo futuro da comunidade em que vive, desenvolvendo potenciais, gerando conhecimento e postura diferenciada diante das situações, se tornando agente de mudança e de transformação e consciência do seu papel, priorizando a gestão como uma conexão entre a estratégia, ou seja, entre a conciliação de missão, das prioridades e dos objetivos dos cidadãos.
    Falar de empreendedorismo na administração pública pode parecer algo distante da realidade até então vivida, principalmente pela conotação muitas vezes errônea dada ao termo. No empreendedorismo da iniciativa privada busca-se o lucro como um dos principais resultados. Da mesma forma, na administração pública também é essencial à busca de resultados, esses resultados não estão ligados ao lucro em si, mas a melhor utilização dos recursos advindos da arrecadação nas diversas esferas de governo e principalmente voltados à melhoria de vida da população.
    Os percausos são muitos e para superá-los precisamos de colaboradores engajados no processo de mudança, surgindo assim, a gestão pública empreendedora pautada em práticas inovadoras, na qualidade e excelência dos serviços públicos, na maximização dos recursos e no respeito ao erário, instaurando um clima de confiança capaz de criar canais de comunicação e parceria entre poder público e sociedade, além de potencializar fatores essenciais à melhoria e eficácia dos serviços oferecidos.
    É de extrema necessidade ressaltar que sem a participação efetiva dos dirigentes e o envolvimento de todos os servidores não há sucesso em nenhuma administração, por tanto, com uma administração compartilhada e democrática, consegue-se chegar aos resultados esperados. Buscando objetivos que transformem a gestão púbica, aplicando métodos gerenciais que mudem o foco dos processos burocráticos, adequando-se a estrutura organizacional e ao quadro de pessoal, ampliando os serviços de informações ao público, atualizando normas e procedimentos, capacitando os servidores, fortalecendo a cultura de planejamento com ênfase na gestão participativa, buscando a satisfação continua dos usuários, construindo parcerias estratégicas e valorizando as ações de natureza social, visando, assim, ao bem comum e a uma gestão de excelência.
    Nesse contexto é necessário que as organizações e as pessoas estejam em constante processo de aprendizagem, aberta a novas idéias, adotando práticas inovadoras para melhor entender e sanar as necessidades da população, adotando flexibilidade para melhor responder as demandas internas e externas, cliando canais de comunicação entre o setor público e sociedade, a fim de desenvolver novas estratégias e práticas que lhes permitam alcançar os seus objetivos de forma sustentável, maximizando resultados e alcançando a eficiência com eficácia, fazendo assim a diferença e conseguentemente melhorando a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos.

    Em favor da ignorância

    Às vezes alguns setores do Poder Público agem em desfavor da coisa certa, sem que tenhamos conhecimento do que se passa por detrás do fato. É o caso agora, quando o Ministério da Educação age em favor da ignorância, coonestando uma situação de clara desaprendizagem dos alunos da escola fundamental.
                O livro didático Por uma Vida Melhor destinado a esses alunos, pago e distribuído pelo Ministério, ensina que é certo falar errado. Heloisa Ramos, uma de suas autoras, considera que é "preconceito lingüístico" censurar uma fala errada, porque falar errado nada mais é do que uma das diversas maneiras que as pessoas têm de expressão.
    Diz um trecho do livro: "Você pode estar se perguntando: Mas eu posso falar ‘os livro'? Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de preconceito lingüístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião".
    A expressão "preconceito lingüístico" foi criada na década de 90 pelo professor Marcos Bagno, da Universidade de Brasília, para denotar o menosprezo da norma variante – eu diria da norma incorreta – pela norma culta. Em todos os idiomas há variações do seu uso, mas é algo diferente de se usar a norma correta para ensinar a falar "nós vai" ou "nós foi", por exemplo. Esta forma de falar não é variação do uso da língua e sim ignorância gramatical, é falar errado mesmo.
    A autora do livro diz que não existe problema algum em se formar frases com erros de concordância, pois isto significa uma "variação popular" da língua. A utilização, por exemplo, da primeira pessoa do plural com o verbo na terceira pessoa do singular ou vice versa, do tipo "nós gosta" ou "os bicho pega" não pode até mesmo com muita boa vontade significar uma variante lingüística popular.
    A questão não está no falar errado, pois quem mesmo assim fala se faz entender. A questão está na tolice de se dizer que a língua culta é instrumento da classe dominante e que, por isso, a variante popular é também correta. Santo Deus! Isto é deseducação pura, é matar a língua portuguesa.
    Nunca é visto se escrever trabalho escolar ou científico com o internetês, isto é, com a linguagem utilizada em celulares ou na internet. Mas, se realmente for correto falar certo tanto quanto errado, não haverá mais necessidade de escolas e o professor é bicho do passado, extinto por uma explosão de ignorância.
    Quando fazia o curso ginasial doíam-me os ouvidos quando ouvia alguém pronunciar uma palavra errada ou cometer erro de concordância. Luiz Gonzaga, porém, no seu baião, quando cantava "nós era sete, fumos morrendo, só fiquemo eu", não me deixava irritado, pois esse linguajar era a do sertanejo das brenhas, errado, mas compreensível e não uma variação popular correta da língua. O que ocorre mesmo é que o preconceito existe, não o linguístico, mas o social, pelo falante ser apenas nordestino. Isto sim, é que tem que acabar.